a folha se enlaça nos cordames
rubra como os corações apaixonados
como os músculos tensos no ardor
da paixão de realizar algo bom.
E nesse frenesi de oito degraus
esta representante da natureza
se dá ao direito de ser rasgada
para que com uma de suas pontas
dilaceradas pelo corte profundo
que caso não se tenha cuidado
a leve a ser dividida totalmente
ela tenta de modo muito perspicaz
com uma de suas aberturas dedilhar
os melhores sons e tons celestiais
coisas que poucos sensíveis podem
mas que todos os mortais deveriam
ouvir, deleitar-se, sonhar.
O sonho continua com o batucar
da outra abertura e do talo
que percurcionam eloquentemente.
A folha ali irá permanecer sempre
até que alguém a coloque em lugar
especial e a salve como raínha
como uma mensageira da natureza
querendo mostrar seus acordes
que somente os puros de coração
tem acesso a esses recitais
pois deles sons imortais voam
para serem gravados nas partituras
de nossa mente, de nosso ser.
Minha manifestação ào escrito por Priscila Cáliga, que assina como .canteiro pessoal, em seu Blog - Jardim Secreto, além!, entitulado "Nas imagens os tons", prefaciada por trabalho de Leila Míccolis. Letras e ilustração reproduzo abaixo.
A ilustração não tem referência de nome ou título, e os trabalhos tem a identificação de seus Autores, assim sendo Todos os Direitos Reservados.
A ilustração não tem referência de nome ou título, e os trabalhos tem a identificação de seus Autores, assim sendo Todos os Direitos Reservados.
2010-07-21
Nas imagens o tom
Te olho
me molho
Míccolis, Leila
Outonos com formas e cores,
O luxo gracioso a querer grafar
A guardar versos na tarde,
Como o céu em retina,
No recender da flor murta
Completa e descompletar trajetos das linhas
Soneto à lua cheia,
Poder que devora por dentro
Palavras a re-leitura entrelinhada
Única chave a desvendar caixa de mistérios
A carícia com florido caminho,
Que estremece os ramos
Num doce suspirar
Ar que tece
E boca oscula os dedos de solo
Seio que chora o poeta altíssimo
Embebeda-se pela fragrância do ventre
Nas mansas correntes das mãos entrelaçadas
Suavidade de pele,
Arder
Incendiar
Desnudar-se: crescimento em beleza
No lunar único dos braços
O grito no escorrer pela parede vôo
Demorar na língua a pentear
Quando o vento abre as águas profundas
O repouso das madeixas, livros e flores
. canteiro pessoal
Outono e cordas e vermelhos. Eu gosto.
ResponderExcluir