quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Música das Folhas

Como algo mágico e incompreensível,

a folha se enlaça nos cordames

rubra como os corações apaixonados

como os músculos tensos no ardor

da paixão de realizar algo bom.

E nesse frenesi de oito degraus

esta representante da natureza

se dá ao direito de ser rasgada

para que com uma de suas pontas

dilaceradas pelo corte profundo

que caso não se tenha cuidado

a leve a ser dividida totalmente

ela tenta de modo muito perspicaz

com uma de suas aberturas dedilhar

os melhores sons e tons celestiais

coisas que poucos sensíveis podem

mas que todos os mortais deveriam

ouvir, deleitar-se, sonhar.

O sonho continua com o batucar

da outra abertura e do talo

que percurcionam eloquentemente.

A folha ali irá permanecer sempre

até que alguém a coloque em lugar

especial e a salve como raínha

como uma mensageira da natureza

querendo mostrar seus acordes

que somente os puros de coração

tem acesso a esses recitais

pois deles sons imortais voam

para serem gravados nas partituras

de nossa mente, de nosso ser.


Minha manifestação ào escrito por Priscila Cáliga, que assina como .canteiro pessoal, em seu Blog - Jardim Secreto, além!, entitulado "Nas imagens os tons", prefaciada por trabalho de Leila Míccolis. Letras e ilustração reproduzo abaixo.

A ilustração não tem referência de nome ou título, e os trabalhos tem a identificação de seus Autores, assim sendo Todos os Direitos Reservados.


2010-07-21

Nas imagens o tom

Te olho
me molho


Míccolis, Leila


Outonos com formas e cores,
O luxo gracioso a querer grafar
A guardar versos na tarde,
Como o céu em retina,
No recender da flor murta
Completa e descompletar trajetos das linhas
Soneto à lua cheia,
Poder que devora por dentro
Palavras a re-leitura entrelinhada
Única chave a desvendar caixa de mistérios
A carícia com florido caminho,
Que estremece os ramos
Num doce suspirar
Ar que tece
E boca oscula os dedos de solo
Seio que chora o poeta altíssimo
Embebeda-se pela fragrância do ventre
Nas mansas correntes das mãos entrelaçadas
Suavidade de pele,
Arder
Incendiar
Desnudar-se: crescimento em beleza
No lunar único dos braços
O grito no escorrer pela parede vôo
Demorar na língua a pentear
Quando o vento abre as águas profundas
O repouso das madeixas, livros e flores


. canteiro pessoal

Um comentário:

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