domingo, 4 de julho de 2010

Entre O Alí, O Cá, E O Aqui.



Ouçam as trombetas soarem
Rufam sons de tambores compassados
Clarinetas filtram tons acentuados
Flautas adocicam as percepções
As vibrações estão evidentes
Mostram tudo, escancaradamente
Sem pudor, sem amor, sem ardor.
Abre-se a criação e a terminação.
A alma está ali, cá, aqui.
O semblante se curva como as linhas
Poucas cores para o observador.
Muitas delas com o narrador.
Dizem os segredos e caminhos.
Sem pontos de interrogação,
sem dúvidas, sem meias verdades.
Tudo está ali, cá, aqui.
A grande variação da célula
Obtusa os lados cerebrais
Banca o estapafurdiamento
Arranca da inação, a estupefatação.
Outrora queria estar
Parcimoniando com as diretrizes
do que se aponta como a linha
para iniciar a viagem dos olhos.
Mas os olhos não viajam
Apenas acompanham e piscam,
se abrem e se fecham.
A célula neural é a receptora
e explode ao primeiro toque
das cores adentrando o cerebelo.
Talhado a loucura eu sinto,
irriquieto eu esmoreço,
atropelado pelas forças
eu me entrego a tudo
Que esta ali, cá, aqui.
E a sensação óbvia do sabor
De que há algo mais.
Ali

Aqui.



Flameja nova onda.
Agora de terror.
Sobre o campo jazem seres.
Esquecidos pelo olhar,
daquele que veio para lhe matar,
as imagens do teu centro.
Egocentro.
E as violências até tardias
que esperavas receber
não virão mais
nem ali, cá, aqui.
Eis que suplantastes o ponto
Navegas nas ondas,
do ondular mar-e-mortal,
como todos os tsunamis.
Como aqui emoldurados.
As almas pendem e gritam.
Buscam seu socorro na paz
Contumaz e perspicaz.
Daqueles que não enxergam.
Que como ali, cá, aqui.
Todos terão o direito
Do aprendizado de um dia
Um momento
Um detalhe
Um toque
Ali.
Cá.
Aqui.



Enxerguei-me no turbilhão.
Com a venda da vergonha.
Mascarado como os insensatos.
Desiludido em busto.
Pairando sobre a cegueira
de não ter demonstrado sorriso
da ave que me cerca o lado.
Que me bica a nuca,
recolhendo minha pútrefa fé
De estar como ela ruborizada.
Diante do esplendor das portas infernais.
Deste Céu
Como o mel
Sem o véu.
Que se encontra
.
Ali.
Cá.
Aqui.

4 de Julho de 2010 20:23



OBS.: Manifestação que faço à Pintura - Quinta Essência (Retrospectiva) by Sr. do Vale, colocada em seu Blog - Partículas do Sentido (Todos os Direitos Reservados para a Pintura e ao seu Autor)

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