terça-feira, 20 de julho de 2010

Conflito em 05 Fases mais Sinopse

01ª Fase:


A água pura que desejava em meu coração, está longe do espaço que quero.
Está longe do alcance que tenho, está próxima daquilo que não posso alcançar.
Por conta disso, estou dimensionado a observar uma mente palpitante
enraizada numa estrutura humana que não mais tenho ou quero
eis que devo e tenho que partilhar minha loucura com a dos outros em geral.
Todos dizem que eu é que sou louco, mas aprecio a loucura e ela me faz feliz.
A felicidade na loucura é poder extrapolar os limites do lógico e da razão,
enquanto estes parâmetros do ser humano rogam e pedem para que não.
A própria loucura tem os seus domínios e pede para se tomar cuidado.
Por isso que vejo que estou na loucura desse quadro, onde água pura é tudo,
mas também não é nada pois ela não complementa nada, mas sim une
ondas ou possíveis movimentos não assimétricos que nos fazem vaguear.
Isso me chama e me torna possuidor do conhecimento do momento em que estou.
De conflito, de total irrefutamento de que as coisas não são como parecem.
E assim cria-se o ambiente para o primeiro ciclo, para a primeira fase.
A fase da loucura do entendimento.




02ª Fase:


Entender as cores e dar a elas sentidos é muito difícil,
mas há quem diga que não, e explique que as cores movimentam a mente.
Existem terapias das cores, existem tratamentos com cores,
existem loucuras em cores, e a minha loucura, vê este vulto
como uma existência já acabada, inerte e sem vida, quase pútrefa.
Sua cor remete os velórios, os momentos tristes, os olhares baixos,
as lágrimas con-incontidas, os entes queridos ou não que se vão.
Ao mesmo tempo, se vê de um certo lado, de uma certa banda,
algum tipo de carinho, algum tipo de movimento de busca.
Algo que está questionando os por quês, e talvez tentando olhar
para o fundo de nossos olhos e dizer que tudo está ou não bem.
Dualidade, é sempre uma coisa ímpar em nossas vidas.





03ª Fase:


Cavalariços, servos, mulas, carregadores, gente trabalhadora,
sem alma e sem cor, transfigurados pelo negrume dos corredores
desta caverna alucinógena, que de se olhar mais amíude,
poder-se-á sentir-se o cheiro de enxofre, de caminhos tortuosos
caminhos de sofrimento, caminhos de clausura, de não felicidade.
O duo aparece novamente, quando se vê ao largo desta trilha
de desamparados tais que não se vêem suas lágrimas
aponta uma nova e curta fila, parelha a mencionada, com poucos
mas tangíveis espectros, enevoados e encapuzados
como as figuras do mal e da escuridão sempre o fazem,
ou pelo menos se esteriotipam, como se assim fosse o seu mote.
E estão ao meu ver felizes, pois estão sem nada transparecer
sem nada carregar, sem nada demonstrar que são sobrepujados
como os demais de sua outra ala, aqui já comentada, daí o duo
a existência de que há quem faça e há quem deva mandar fazer,
inclusive com o aparecimento de um cetro, ou um cajado ou algo
que possa demonstrar alguma forma de poder, alguma diferença
como um mínimo fluir de conhecimento pode dar glória a alguém.
E a caverna não mais soturna, passa a ser lúdica,
pois a dualidade faz com que nos esqueçamos do lado ruim
e o apaziguemos com o lado bom, essa é uma grande verdade.





4ª Fase:


Os fluídos aqui representados, são a confirmação de minha visão.
São o alento de que não estou totalmente errado, ou viajante,
é a certeza de que precisamos nos concentrar para observar,
para saborear cada centímetro desta tela, que nos abraça,
como as figuras bípedes e acéfalas que fazem malabarismo
inverso, como se dessem cambalhotas ao contrário,
e entre seus braços, se fizessem sobressair outros vultos
que fazem parte dessa mesma tela, vultos ou outras pernas
de energias carregadas na cor, que nos conduzem a algo pesado
muito para lá de lúdico, mas como dito tangível,
se e como fantasmas a perambularem por uma região de limbo
onde as pessoas sempre estão e sempre comentam a respeito,
sobre seus tropeços, suas falhas, suas mazelas, que tem essas cores
que tem esses formatos, que tem na verdade essa configuração.




5ª Fase:


E as artérias desse mar, vem se sobrepondo como ondas,
ondas do Mar Morto, que não produz mais do que mínimo barulho
pois sua salinidade é tanta que o sal faz a agua afundar,
e sobre ela um corpo qualquer pode boiar, sem necessidade de esforço
dada a capacidade concentradora que ali existe, e que pode ser aqui
um belo exemplar destes mares que nos embobalham,
nos entorpecem, nos embasbacam, nos deixam fora de si.
Mares carregados como as cores de outrora espíritos
que comentados nestas letras agora fazem parte do passado,
na verdade fazem parte do todo, mas aqui estudo uma parte
um detalhe como é dito pelo próprio autor, que nos remete
a uma intensificação de nossos eus, de nossos egos, de nossos centros
buscando cores, algo claras ou algo escuras, mas buscando aquilo
que pode nos transformar e tentar dualizar com esta miragem
encontrável somente aqui nas ondas virtuais, eis que as miragens
verdadeiras, estão muito longe de eu estar a procura delas.




Sinopse


Quando estiver a procura de emoções
e elas não estiverem muito aparentes
Fecha teus olhos para o teu mundo
e os abra mentalmente para nosso canto
Eis que nossas manifestações transbordam
e nos acordam para outras facetas
tão loucas como as nossas loucas
impressões de que tudo deixou de ser careta
deixou de ser comum e tudo agora faz parte
daquilo que tentamos entender como sabedoria
não importa de quem, mas de preferência
que ela seja muito mais humana
do que nós reles mortais e pequeninos
diante da grandeza deste Universo e de
nossas maiores capacidades, o que nos traz
a consciência de que estaremos sempre em conflito.


Manifestação que faço ào trabalho do Amigo Sr. do Vale, em sua Pintura, aqui reproduzida, denominada "Praia das Manchas (Retrospectiva)" devidamente acompanhada de quatro detalhes da mesma Pintura.
Todos os Direitos Reservados ào Autor e sua Obra.


2 comentários:

  1. Celso, fico imensamente feliz por de alguma forma estar presente neste relato, onde a dualidade, a introspecção, a interiorização em nós mesmos se faz presente.
    A viagem de ponta a ponta, numa adversidade de sentidos, de imagens que nos compõem.

    Maravilha.

    João

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  2. Desbururu, é brilhante o que leio e re- leio.

    Silencio-me, apenas, prostro-me diante a face nua e desdobrada que seu manifesto imprime.

    Parabéns!

    Priscila Cáliga

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