domingo, 27 de junho de 2010

Natureza Tardia





Como um grande ser tu me encanta
Mostras sua força e sua existência plena
Despacha todas as minhas dúvidas de ti
E localizo neste momento sua marca
Chegas até a zombar de mim
E nessa brincadeira que fazes
Como se fosses me engolir
Abre sua longa e tremulante língua
E a estende em minha direção
Vejo-me estático diante de tal formosura
E as demais partes de teu universo
Também se apequenam
Como observo nas fronteiras de seu fervor
Por que sou tão pequeno e não te vejo mais
Por que sempre estivestes aqui
E nunca eu, havia lhe visto dessa forma
Eu lhe maltrato todos os dias
A muitos dias
Outros ainda te maltratam mais que eu
Mas você me demonstra amor
E à todos os demais também que lhe tungam a beleza
Você simplesmente me dá um sorriso
Isso é coisa religiosa?
Isso é coisa de costume?
Isso é coisa que se faça comigo?
Te observo a cada passo que caminho
Entre as veredas sombreadas
O cheiro da fotosíntese acumulada
Seus braços sobre mim acenando
Dizendo que tudo está bem
Que tudo será bom
E eu pouco te dou valor
Mas agora te vendo e te sentindo
Sei que estás certa e assim te escrevo
Dedico algumas letras
Da minha vã insignificancia
Pois mereces
Pois me inspiras
Pois me das o direito de viver
Mas antes de escreverte mais
Devo dizer-te neste ato
Amo-te natureza
Mesmo que tardiamente
E dou-te aqui o meu "mea culpa"


OBS.: Pintura de Jose Sena (Título Desconhecido) - Todos os Direitos Reservados

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